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Condomínios robotizados da Dália elevam desempenho

O trabalho conjunto entre a Dália Alimentos e os condôminos que fazem parte dos condomínios leiteiros com ordenha robotizada apresenta constante evolução, elevando o desempenho e a qualidade do leite produzido, desde que iniciaram suas atividades, em dezembro de 2015. O primeiro de um total de quatro empreendimentos a operar foi o de Nova Bréscia, que no último mês de 2018 completou três anos de funcionamento.

Neste período, conforme o presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, muitos foram os desafios em virtude de se tratar de um projeto inovador em âmbito nacional. “A Dália inovou, foi pioneira e junto aos sócios se deparou com desafios comuns em projetos executados de forma piloto, no caso, este, com a implementação de alta tecnologia, como a ordenha realizada por robôs”.

Piccinini comenta sobre as atividades nos condomínios, ressaltando o aporte financeiro da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), que aportou os quatro projetos. “Conseguir uma linha de financiamento junto à Finep é um diferencial, pois o órgão somente financia projetos que realmente apresentem inovação tecnológica e que sejam um diferencial na sociedade”. O presidente observa que os últimos anos não foram muito favoráveis para o setor leiteiro, que precisa evoluir, a exemplo do setor de suínos e de aves. “Existe grande expectativa junto à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) sobre a possibilidade de executar projetos que venham a viabilizar a pequena propriedade e acreditamos que os condomínios sejam propostas que solidifiquem este viés de viabilização”.

E complementa: “como todo projeto inovador, os condomínios estão em fase de estruturação, mas comemoramos os excelentes dados e índices zootécnicos, produtividade, qualidade, sanidade, biosseguridade e bem-estar animal que estes empreendimentos de produção associativa geram, tudo isso, sem esquecer, que passamos por um período em que o preço do leite esteve abaixo do esperado, mas acondicionando aos preços internacionais”.

De acordo com os dados do Setor Gado Leiteiro da Dália Alimentos, em 2018 a receita bruta foi de R$ 2,3 milhões, com geração de cinco empregos diretos, além de outros indiretos. Em relação à qualidade do leite, uma significativa evolução também foi registrada no ano que passou, pois enquanto a meta para a Contagem Bacteriana Total (CBT) era de não ultrapassar os 20 mil fechou em 16 mil. Já a Contagem de Células Somáticas (CCS) foi de 464 mil, superando a meta estabelecida de 500 mil. As vacas descartadas no ano que passou somaram 60, cujos animais foram comercializados e, portanto, geraram renda ao condomínio.

O presidente do condomínio Nova Bréscia, Ricardo Schena, ressalta que houve momentos de dificuldade e hoje, embora o pouco tempo de operação da granja, uma equipe qualificada trabalha para atingir as metas e buscar os números mais satisfatórios possíveis. “O condomínio mostrou que pode ser viável. Esbarramos no preço do leite, que passa por várias oscilações, favorável em alguns momentos e desfavorável em outros. Registramos a média de 32 litros/leite/vaca/dia e uma boa alimentação oferecida aos animais. Acreditamos que se o preço do leite reagir, teremos números ainda mais satisfatórios”, comenta o jovem.

Evolução gradativa

Além de Nova Bréscia, os outros três condomínios leiteiros com ordenha robotizada apresentaram índices satisfatórios de crescimento no transcorrer de sua operacionalidade:

– Na granja de Roca Sales, inaugurada em junho de 2016, no exercício que passou foi registrada a produção de 1.748.616 litros de leite, uma média de 28,43 litros/leite/vaca/dia e índice de CBT de 45 mil e CCS de 565 mil.

– Na granja localizada em Arroio do Meio, que começou a operar em setembro de 2016, a produção no ano que passou foi de 1.609,692 litros, cerca de 31,95 litros/leite/vaca/dia e dados de CBT de 55 mil e CCS de 397 mil.

– Já o condomínio de Candelária, inaugurado em julho de 2017, registrou produção de 1.926.899 litros no ano de 2018, totalizando média de 35,89 litros/leite/vaca/dia com índice de CBT de 20 mil e CCS de 360 mil.

Os quatro condomínios vêm apresentando operacionalidade gradativa e, segundo o supervisor do Setor Gado Leiteiro, Fernando Oliveira de Araujo, “ainda há muito a ser trabalhado para melhorar o desempenho das granjas. Passamos por uma fase inicial de adaptação e agora, com os rebanhos mais estabilizados e os protocolos de manejo estabelecidos, os resultados começam a aparecer”.