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Cooperativas debatem sobre Gestão e Inovação do Negócio Educacional

Gestão e Inovação do Negócio Educacional. Esse foi o tema do IV Encontro do Ramo Educacional, realizado nos dias 19 e 20 de agosto, no Centro de Formação Profissional Cooperativista, em Porto Alegre. Desenvolvido a partir de dois pilares, o institucional, que reforça a necessidade das cooperativas participarem dos programas de gestão e governança do Sescoop, com uma administração profissional e atenta às mudanças necessárias a serem implantadas em sua estrutura, e o outro pilar, o econômico, dentro do qual se estabelece a realidade em que a cooperativa precisa ter viabilidade e dar retorno para o associado.

“Vocês representam o setor que demonstra a essência da cooperativa, que é exatamente eliminar a mais-valia para o capital e o estado que se apropria da riqueza. O cooperativismo é um movimento econômico que prima pela justiça social e que distribui a riqueza pelo esforço e trabalho de cada pessoa. O cooperativismo é uma sociedade de pessoas e não de capital, por isso ele apropria os resultados para os associados”, afirmou o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, na abertura do Encontro.

Para o presidente do Sistema Cooperativista Gaúcho, as cooperativas devem se unir mais e não competir entre si. “Somos exatamente a negação do capitalismo e do socialismo, somos a diferença, somos a terceira via, como diz Roberto Rodrigues. Esse é um desafio nosso, precisamos cada vez mais trabalhar juntos. O Projeto Aprendiz Cooperativo do Campo é um dos projetos fortes que pode nos ajudar muito, sem deixar de lado todas as outras preocupações de ensino qualificado, que fazem parte do cenário das cooperativas educacionais”.

Na sequência, a diretora da Ocergs, Margaret Garcia da Cunha, falou sobre a mudança nos ramos do cooperativismo brasileiro, que passa a contar agora com sete, e não 13, como anteriormente. Para ela, esse novo cenário traz uma responsabilidade maior ainda para as cooperativas de seis ramos distintos que se juntam no ramo “Trabalho, Produção de Bens e Serviços”, mas ao mesmo tempo a categoria ganha força e representatividade dentro do movimento cooperativo. Reforçando o discurso de Vergilio Perius, Margaret considera que as cooperativas necessitam estarem mais unidas, colocando em prática o princípio da intercooperação. “O nosso maior problema é a intercooperação, as cooperativas precisam se unir mais, pois dessa forma nós temos mais força para vencer os desafios e batalhar pelo bem do cooperativismo como um todo”, complementa.

Desafio nas escolas

O diretor da Ocergs e presidente da Coopeeb, Valdir Feller, trouxe um resumo do que foi discutido no Encontro Nacional do Ramo Educacional e no 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, ambos realizado em Brasília (DF). “Nesses dois encontros, o que mais se falou foi sobre inovação. Se nós quisermos ter futuro, nós precisamos trabalhar agora. Se nós não fizermos as atividades que precisamos fazer, as mudanças que precisamos implantar agora, nós não teremos futuro”.

Segundo Feller, o Encontro do Ramo Educacional é importante pois ele produz provocações para que cada um possa voltar a sua localidade e refletir o que pode fazer de diferente do que o concorrente não faz, a um preço acessível, e ao mesmo tempo remunerar bem o associado, investir em tecnologia e mudança de metodologias. “Nós estamos formando pessoas para profissões que daqui um pouco não vão mais existir daqui a cinco, dez anos. Temos que aprender a formar alunos com uma visão diferente para profissões que ainda não existem. Nosso grande desafio é acompanhar exatamente a velocidade das mudanças dentro das nossas escolas”, destaca o dirigente.

O evento contou com a palestra do professor da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo – Escoop, Deivid Forgiarini, que falou sobre a identidade cooperativista, os valores e princípios que diferenciam o cooperativismo de outros modelos de negócios. “A premissa básica para a inovação está na disponibilidade de aprender. Eu vejo no ramo Educacional o diferencial competitivo das cooperativas”, ressaltou.

Cenário nacional das cooperativas educacionais

O presidente da Coeducars e coordenador do Conselho Consultivo do Ramo Educacional da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Ricardo Lermen, explanou sobre os resultados apontados no diagnóstico do ramo Educacional feito em âmbito nacional. Lermen disse que apesar das dificuldades e dos desafios impostos pela acirrada disputa do mercado, as cooperativas educacionais gaúchas estão acima da média da maioria dos estados do Brasil.

Além de debater sobre as oportunidades e desafios para as cooperativas escolares, a programação contou com painéis sobre o Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC), Planejamento Estratégico, Sistema Informatizado de Gestão, Alíquota de ISSQN, Contabilidade e Tributação, Nova Composição dos Ramos do Cooperativismo Brasileiro, Projetos e Ações Estratégicas para as Cooperativas Educacionais, Planejamento e Orçamento de Custos, Controle da Concessão de Descontos e Bolsas, Controle da Inadimplência e Contratos de Matrícula.

Participaram dos painéis, o presidente da Cooperconcórdia, Alexandre Dall’agnese; a gerente da Sicredi União Metropolitana/RS, Daniele Stürmer; o diretor do Colégio Concórdia da Coopeeb, Gerardo Sammarco; o diretor executivo da Coopeeb, Vitor Marega; o supervisor jurídico do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Clício Golin; os analistas técnicos do Monitoramento do Sescoop/RS, Guilherme Quadros e Andreza Mainardi, e o professor Rivelino Belmonte.