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Governo do Estado lança Programa Energia Forte no Campo

O Rio Grande do Sul tem mais de 506 mil propriedades rurais eletrificadas – próximo de 100% do total. Porém, somente pouco mais de um terço são redes trifásicas, causando um gargalo no desenvolvimento destas propriedades e na economia do Estado.

Com o intuito de qualificar as redes de distribuição de energia elétrica na zona rural gaúcha, o governo lançou, nesta quarta-feira (28/8), o Programa Energia Forte do Campo, em cerimônia na casa do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, na Expointer 2019.

Por meio de financiamento do BRDE, o projeto prevê investimentos em obras de melhorias e transformação para rede trifásica. O público-alvo são os produtores organizados em cooperativas ou associações.

Na abertura do evento, o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS destacou a importância do programa anunciado pelo Estado em parceria com a Fecoergs. “A energia forte no campo, levada por nossas cooperativas aos seus associados, será de fundamental importância para a economia do Rio Grande. Sem falar na permanência do jovem no campo, com viabilidade financeira. Estamos hoje dando um importante passo para a retomada do crescimento econômico do Rio Grande com o apoio do cooperativismo. Hoje é um dia muito feliz para todos nós e o Estado todo deve comemorar pois se o cooperativismo vai bem, o RS pode ir também, e de forma muito mais rápida. Afinal, o cooperativismo não divide, sempre soma”, afirmou.

Em seguida, o presidente da Fecoergs, Iloir de Pauli, falou sobre a representatividade das cooperativas de energia do estado. “As cooperativas tem no seu DNA levar qualidade e energia para seus associados. Temos certeza que nos próximos anos cada vez mais as cooperativas continuem levando energia e qualidade de vida para seus 290 mil associados. Haverá cada vez mais desenvolvimento e renda e como consequência. Valorizamos muito esse programa e esperamos que futuramente seja criado um projeto para levar internet ao meio rural”, solicitou.

O representante da Frente Parlamentar do Cooperativismo, Elton weber, reconheceu a iniciativa e destacou também a importância de avançar em tecnologia e informação através da internet para manter o jovem no campo.

Em seguida, o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos, apresentou o Programa, fazendo uma breve contextualização do agronegócio familiar.  Segundo ele, o Energia Forte no Campo está sendo lançado neste ano para dar início à formação de parcerias com cooperativas, concessionárias e municípios – e, quem sabe, também do governo federal – para começar a ser implementado no ano que vem, seguindo até 2022.

“Já na primeira fase, em 2020, o programa deve beneficiar 1,2 mil propriedades rurais do Estado, com a construção de 365 quilômetros de redes trifásicas. Para isso, o programa prevê uma linha de crédito de R$ 20 milhões do BRDE, com carência de dois anos e oito anos para pagamento. O custo do investimento será dividido entre produtores, cooperativas, concessionárias, permissionários, prefeituras e governo do Estado.

O Energia Forte no Campo prevê a qualificação das redes de distribuição de energia elétrica no meio rural, incluindo investimentos em obras de complementação de fases, reforço da bitola dos condutores e melhorias como substituição de postes de madeira por postes de concreto, reformas da rede elétrica, instalação de transformadores, modernização nos sistemas de proteção e segurança da rede, adequação dos níveis de tensão, qualificando o atendimento ao consumidor rural.

O governador do Estado, Eduardo Leite, destacou que o povo gaúcho é forte, trabalhador e talentoso, mas se não houver energia forte, não terá capacidade de transformar o talento e o trabalho em produtividade. “Buscamos um programa consistente que reduza os custos para os produtores que permita com as cooperativas viabilizar o investimento. As cooperativas têm essa visão de associação, de compartilhamento de esforços para um resultado melhor para todos”, destacou Eduardo Leite.

Entenda 

A distribuição da energia elétrica é feita de acordo com a necessidade de cada estabelecimento residencial, comercial ou industrial. Antes de ser utilizada, a energia elétrica fornecida pelas concessionárias passa por transformadores instalados em postes. Esses equipamentos podem ser mono, bi ou trifásicos.

Monofásica: a rede monofásica é feita com dois fios, um fase e outro neutro. A tensão máxima é de 127V e a potência chega a 8.000 watts. É distribuída através de tomadas de uso doméstico comuns e utilizada para a alimentação de equipamentos do cotidiano, como notebooks, iluminação e televisões.

Bifásica: a ligação da rede bifásica é feita com três fios, dois fases e um neutro. As tensões máximas são de 127V e 220V, e a potência vai de 12.000 watts até 25.000 watts. Ela não é utilizada em zonas urbanas porque geralmente os moradores das cidades têm um maior número de equipamentos elétricos.

Trifásica: a instalação da rede trifásica é feita com quatro fios, três fases e um neutro. As tensões são de 127V ou 220V, e a potência vai de 25.000 watts até 75.000 watts. É a forma mais eficiente de distribuir energia para longas distâncias, e permite a operação mais eficiente de grandes equipamentos industriais.

Participaram do evento, promovido pela Fecoergs, presidentes de cooperativas filiadas à Federação secretários de Estado e o presidente da Infracoop, Jânio Stefanello.

Texto com colaboração de Vanessa Kannenberg