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Seminário do Aprendiz Cooperativo do Campo debate sucessão familiar

Formar jovens cooperativistas e empreendedores do campo. Essa é a proposta do Programa Aprendiz Cooperativo do Campo, idealizado pelo Sescoop/RS. Na última quinta-feira (15/8), a Associação dos funcionários da Coagril (Afuco), localizada no município de Chapada, recebeu o I Seminário do Aprendiz Cooperativo do Campo. Em pauta, o debate sobre o desafio em manter o jovem no campo e realizar a sucessão familiar.

Cerca de 80 pessoas, entre eles 18 jovens aprendizes e suas famílias, participaram da programação, que contou com a abertura da coordenadora do Aprendiz Cooperativo do Campo da Coeduacars, Fátima Hallal. A analista técnica da Promoção Social do Sescoop/RS, Thaise Castellani, agradeceu a presença dos pais e familiares, e destacou a importância do Programa Aprendiz Cooperativo do Campo. “O Aprendiz Cooperativo do Campo qualifica e prepara os jovens para se tornarem mais competitivos e bem-sucedidos nas atividades agropecuárias, estimulando a permanência dos jovens no campo”, afirma Thaise.

O vice-presidente da anfitriã Coagril, Rudinei Luís Richter, o gerente da Cotrisal, Altair Ecker, e o representante da Emater/RS, Erivelton Kreisig, agradeceram o empenho dos jovens na proposta de elaborarem um plano de negócios do campo. O discurso foi reforçado pelo professor da Coeducars, Lucas Brambatti, que ministrou as aulas junto aos jovens cotizados pelas cooperativas Coagril e Cotrisal (unidade de Chapada).

Na sequência, a jovem aprendiz Keli Meier, representando o grupo de estudantes, apresentou o seu projeto da estufa de hortaliças e verduras. Keli comentou sobre as dificuldades enfrentadas no campo e citou a questão do clima e a falta de incentivos do governo como desafios a serem superados pelos produtores rurais. A jovem cita o apoio dos pais como um fator decisivo no processo de permanência do jovem no campo. “Em muitos casos, os jovens filhos de agricultores acabam migrando do campo para a cidade em função da falta de incentivo dos pais. Eles optam por migrarem para a cidade, muitas vezes, com o objetivo de obter um salário fixo, não dependendo de fatores climáticos. Em algumas situações, essa opção se dá também em função de ter o final de semana livre, haja vista que a agricultura demanda uma rotina de trabalho muito intensa”. A alternativa para permanência do jovem no campo passa justamente pela valorização dos agricultores, oferecendo condições favoráveis para o sucesso do empreendimento.

Palestra sobre sucessão familiar

Na parte da tarde, o advogado e professor Alexandre Pasqualini promoveu diálogos e reflexões com os presentes sobre a importância da sucessão familiar, transferência de patrimônio, a importância da família e destacou três aspectos para que a sucessão ocorra com menos riscos:

1) A propriedade não é um problema só dos pais. Para que a transferência de patrimônio seja assegurada, é preciso que toda a família seja envolvida, independente da idade dos membros;

2) Colocar em prática o diálogo para desenvolver e cultivar a confiança;

3) Dar mais exemplos para educar.

Ele também destacou a importância do Programa. “O mais bonito nesse Programa do Sescoop/RS é que ele não está preocupado apenas em treinar pessoas, mas em formar e educar, junto com práticas. E isso é uma das coisas mais bonitas do cooperativismo: ele conseguiu unir atividades econômicas com as lógicas da família, a dimensão da eficiência e treinamento com alguns princípios humanos”.

Dinâmica de interação

Após a palestra de Pasqualini, a professora da Coeducars, Inque Schneider, aplicou uma dinâmica de interação com os jovens e familiares presentes. O evento contou também com a presença do professor da Coeducars, Daniel Baioto, do engenheiro agrônomo da Coagril, Rojer Uebel, Eloy Sheibe da Rádio Simpatia, Odete Finck (Emater/RS) e a diretora da Escola Érico Verissimo, Idete Medeiros.