Eventos climáticos afetam safra de trigo no Rio Grande do Sul
21 de outubro de 2020A colheita do trigo segue em andamento no Rio Grande do Sul, em regiões de clima mais quente, como as Missões, por exemplo, cerca de 50% da área já foi colhida pelos produtores. Embora houvesse uma euforia no início da safra, problemas climáticos e de mercado trouxeram um novo cenário para a cultura, segundo o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires.
Conforme o dirigente, houve um investimento do produtor no cereal. Entretanto, a geada seguida de seca nas últimas semanas prejudicou o potencial produtivo de plantas. “Da euforia passamos para a frustração. Iniciamos um plantio com 26% de aumento de área e o Rio Grande do Sul sonhou em colher 3 milhões de toneladas de trigo. Infelizmente tivemos uma geada em 22 de agosto que levou parte deste potencial produtivo e depois a seca, somando dois eventos climáticos em uma cultura só”, destaca.
Outra questão, de acordo com Pires, é o aproveitamento dos preços de mercado atuais, pois as vendas futuras feitas pelos agricultores ficaram com valores defasados, o que comprometeu ainda mais a renda dos produtores. “Os preços excepcionais que o produtor de trigo tem hoje, mais de R$ 70,00 a saca, não serão aproveitados por muitos produtores, pois cerca de um milhão de toneladas dos 2 milhões de toneladas previstos para a colheita estão comprometidos com contratos futuros com preços bem abaixo”, observa.
O presidente da FecoAgro/RS salienta também que este será um ano bastante difícil para a triticultura gaúcha. “Se acreditou, se aumentou a área, se teve potencial produtivo, se fez a coisa certa, mas alguns problemas vão prejudicar o sonho de renda e de uma lavoura bem formada como temos em alguns casos”, completa.
Fonte: AgroEffective