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Uso de dados: uma nova oportunidade para as cooperativas

Pense em cada passo que você dá diariamente (seja no mundo real ou virtual). Hoje, cada processo que realizamos gera um dado. Uma informação que pode ser lida e transformada em ações junto à comunidade. Vivemos numa era onde os dados estão se tornando o bem mais valioso que uma organização pode ter, e entender como usar esse ativo é primordial para navegar no mar de novidades do mercado. 

Será que as cooperativas já estão preparadas para essa tendência que é, na verdade, uma realidade nos dias atuais? Com dados sendo gerados por cooperados de todos as regiões e lugares, este tema é indispensável para o ambiente das cooperativas. Mas afinal, que oportunidades esses dados podem nos trazer? 

Um complexo mundo de termos 

Importantes na década passada, hoje os dados são os protagonistas dos processos que realizamos. A partir deles, é possível entender o público e tomar medidas para atender às suas demandas. Para as cooperativas, esse cenário representa uma maior capacidade de ofertar melhores produtos e serviços. E com o volume de dados que temos hoje, uma vasta gama de possibilidades está aberta. 

“Vivemos numa sociedade em constante crescimento. A população cresce, a economia cresce, a produção cresce, a expectativa de vida cresce. Esse crescimento sempre acaba se refletindo em aumento de complexidade e quantidade de informações e interdependência entre estas informações”, ressalta o especialista em Banco de Dados, Fábio Telles Rodriguez. 

Com o volume de dados que hoje trafegam pelo mundo, temos à nossa disposição diversos tipos de informações, que podem ser utilizadas para cada contexto.

Três perfis: os tipos de dados

Rodriguez nos conta que esses dados são organizados em três grupos principais: estruturadossemiestruturados e não estruturados.

ESTRUTURADOS: No primeiro, estão os dados organizados, e que são fáceis de se analisar e que apresentam informações mais claras (“Qual o preço de um produto? Quanto ele vendeu esse mês? Quem vendeu?”). 

SEMIESTRUTURADOS: No segundo, estão aqueles que possuem algum tipo de organização, mas que possuem também certo grau de imprevisibilidade (“Quais os dados dos documentos apresentados num processo jurídico? Qual a opinião sobre um produto das pessoas que postam no Facebook? Quantas pessoas são a favor do governo no Twitter?”). 

NÃO ESTRUTURADOS: Por fim, os dados ‘não estruturados’ são aqueles dados aleatórios, que não são analisados por bancos de dados ou coletados (“Como estou me sentindo hoje? O que lembro sobre a conversa no telefone hoje de manhã com meu filho?”). 

Organizando informações 

Com um vasto volume de informações sendo geradas diariamente, possuir mecanismos e ferramentas para organizá-las é a chave para os ganhos relacionados ao mundo dos dados. Neste contexto, entram as plataformas de gerenciamento, que possibilitam a união de dados em um único lugar, facilitando o acesso e a análise das informações. 

“Existem N ferramentas para coletar, armazenar, organizar e extrair informações a partir dos dados coletados. Existem cenários onde temos uma grande quantidade de informações simples e fáceis de manipular. Este é o cenário mais fácil de lidar com sistemas informatizados. Quanto mais informação organizada, maior a capacidade que temos de tomar decisões baseadas em evidencias claras e não na nossa percepção subjetiva da realidade”, destaca Rodriguez. 

De olho nas possibilidades oferecidas pela análise de dados, o Sicredi recentemente adotou uma nova plataforma para gerenciar os seus dados. Com a Denodo, a cooperativa busca simplificar processos, uma vez que diversos setores poderão ter acesso aos dados em posse da cooperativa. 

“A plataforma Denodo consolida os dados de sistemas distintos e isolados em uma plataforma única, o que permite uma visão unificada das informações e a geração de insights que contribuem com a melhor tomada de decisão pelos associados”, nos conta Adriano Santos da Silva, Gerente de Planejamento Financeiro e BI do Sicredi. Além de ressaltar a união das informações da cooperativa, Silva ainda destaca a facilidade que a nova tecnologia traz para os processos internos da cooperativa. “Este sistema viabiliza a democratização do acesso a dados e permite autoatendimento para colaboradores das cooperativas do Sicredi.  Trata-se de um exemplo de como a tecnologia melhora o fluxo de dados em toda a organização e é capaz de contribuir com a qualificação da governança na gestão dessas informações”, afirma. 

Uma questão ética 

Apesar das facilidades trazidas pelo uso dos dados, saber administrá-los é essencial para o sucesso da cooperativa, e o mau uso das informações dos cooperados pode inclusive trazer penas legais. Com os dados se tornando cada vez mais essenciais para o mundo dos negócios, regulamentar o seu uso foi um passo fundamental, e diante desse cenário surgiu a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que busca levar transparência e tranquilidade para os processos relacionados ao uso de dados de clientes e cooperados. 

“A responsabilidade pelo uso dos dados aumentou, e isso é algo positivo para a sociedade como um todo, mas está longe de ser algo simples. Temos que fazer um uso justo desta informação, dentro de termos previamente estipulados no momento da coleta dos dados. Ao fim e ao cabo, o importante é utilizar a informação coletada apenas para o propósito que você comunicou para a pessoa que lhe forneceu às mesmas de forma clara e segura”, reafirma o especialista em dados, Fábio Telles. 

Oportunidades e perspectivas 

É indiscutível que os dados continuaram a ser essenciais para o desenvolvimento das cooperativas. Não apenas eles possibilitam um maior conhecimento do público e do cooperado, mas também são verdadeiros guias que nos preparam para o futuro. 

Para as cooperativas, criar plataformas e times que tenham este tema como foco é uma ação de caráter urgente, uma vez que o uso adequado e bem definido destes dados, representam um mundo completamente novo, de oportunidades e novas estratégias. “Uma plataforma que centraliza os dados possibilita que as cooperativas desenvolvam uma avaliação completa e acertada das melhores soluções para cada associado, ação que tem relação direta com o modelo de atuação do Sicredi”, afirma Adriano Santos da Silva. 

“Saber lidar com informações é o que nos torna capazes de ampliar nossa capacidade de produzir bens e serviços, de tomar decisões melhores e de oferecer melhor qualidade de vida para as pessoas”

Fábio Telles Rodriguez, especialista em Banco de Dados

Neste novo momento, tratar os dados como um meio para um determinado fim será a chave para os sucessos das cooperativas. Basta que as lideranças olhem este tema com cuidado, e o utilize para potencializar seus negócios, e sobretudo, seu alcance, gerando ainda mais impacto social. 

“Entendemos que dados são fundamentais para um relacionamento próximo com os associados, com o crescimento das nossas cooperativas, ferramentas que nos ajudem a avaliar dados fazem com que seja possível manter o nosso modelo de negócio sempre ativo. É por meio dos dados e da sua correta utilização que poderemos sempre manter as melhores ofertas, cumprindo com nossos princípios de entregar a melhor solução de negócio para cada associado”, conclui. 

Fonte: Assessoria de Comunicação do MundoCoop