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Autogestão, Cooperativismo e Direito Cooperativo pautam encontros

Iniciado no mês de abril, o Programa de Desenvolvimento de Conselheiros de Cooperativas, formação oferecida pela Cooperativa Languiru voltada ao desenvolvimento da liderança cooperativa, teve continuidade com mais três encontros. São duas turmas, com cerca de 50 associados participando das aulas quinzenais.

A formação destina-se aos líderes de Núcleo, membros dos Conselhos Setoriais, conselheiros de Administração e Fiscal e demais associados da Languiru, tendo por objetivo aprofundar conhecimentos sobre as atribuições e responsabilidades de Conselhos e seus membros, a fim de permitir a maior transparência e o fortalecimento dos princípios cooperativistas. O curso, gratuito, está dividido em módulos, sendo ministrado por professores do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE) e do Sistema Ocergs-Sescoop/RS.

Nos dias 27 e 28 de abril, o tema Autogestão foi abordado pelo professor Gerson José Lauermann, superintendente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, que trouxe uma visão geral sobre a estrutura do cooperativismo estadual e nacional, além de números do setor. Ele esclareceu sobre os diferentes ramos do cooperativismo e os órgãos que compõem a estrutura, como a OCB e a OCERGS, enaltecendo a atuação dessas organizações no trabalho de suporte às cooperativas na gestão econômico-financeira. Nesse contexto também mostrou o desempenho do RECOOP, programa específico de refinanciamento, o qual permitiu a cooperativas de todo Brasil mudarem o perfil das suas dívidas e recuperarem a capacidade de investimentos. “O maior avanço está no Programa de Autogestão das Cooperativas. Assessoradas pelas entidades representativas, as cooperativas se tornaram responsáveis pelo seu futuro, buscado estabelecer estruturas de governança confiáveis, que garantam sua estabilidade. Isso só é possível respeitando-se princípios básicos, e o cooperativismo tem princípios bem definidos”, defendeu.

Ao longo dos encontros, houve espaço reservado para o debate sobre cada um dos sete princípios que norteiam o cooperativismo brasileiro. “Não podemos nos preocupar apenas com a ‘saúde’ atual da organização, mas é fundamental garantir a sua perenidade. A cooperativa, na verdade, não é do associado, ela é das gerações futuras, e precisamos garantir que possa continuar desempenhando sua importante função para as próximas gerações”, concluiu.

Nos dias 11 e 12 de maio a temática dos encontros foi a filosofia e as características do cooperativismo, com o professor da Escoop, Gerônimo Grando. Incentivando o debate entre os estudantes, as aulas contaram com diferentes trabalhos em grupo, abordando especialmente a realidade e as percepções de cada associado com relação ao cooperativismo.

Nesse sentido, o grupo analisou as importantes diferenças entre as cooperativas e outras empresas, com base na Lei 5.764/71, considerada a “Lei do Cooperativismo”, além de perspectivas e cenários para a Cooperativa Languiru na visão dos associados. “Os debates foram bem aprofundados e enriquecidos com as experiências dos associados presentes. Um dos consensos foi a necessidade de estimularmos ainda mais a participação do quadro social na cooperativa. Muitas vezes é disponibilizado espaço para a participação, mas o associado não o utiliza, o que não é bom nem para o associado nem para a cooperativa”, destaca o coordenador de comunicação e cooperativismo da Languiru, Alexandre Schneider.

Os encontros dos dias 25 e 26 de maio foram com o professor Mário de Conto, gerente jurídico do Sistema Ocergs-Sescoop/RS. Com a temática do Direito Cooperativo, o conteúdo trabalhado reforçou os sete princípios do cooperativismo. De maneira bastante didática, o docente estimulou a participação dos associados na discussão de cada um desses princípios.

A aula esteve alicerçada no que estabelece a Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971. A “Lei do Cooperativismo” define, em âmbito nacional, toda a estruturação, direitos e deveres das cooperativas e seus cooperados. No grande grupo, um a um os capítulos da lei foram discutidos, relacionando-os com os princípios cooperativistas e a realidade da Languiru. Ainda houve espaço para simulações e apresentações de sugestões, principalmente no que se refere às reformas estatutárias e regimentais, objetivando a otimização da governança da Languiru.

Associado desde 1975, Lauri Von Mühlen (63) é integrante da Comissão Eleitoral da Languiru e também já foi líder de Núcleo. Numa avaliação da qualificação disponibilizada pela cooperativa, ele se diz bastante otimista. “O curso é muito importante, principalmente para os jovens associados, que precisam entender e se envolver cada vez mais com a cooperativa, mas também para os mais idosos, que precisam se manter atualizados. Todos precisam estar atentos e valorizar o trabalho da cooperativa. A Languiru está dando atenção especial à preparação de suas lideranças para a gestão da cooperativa, pregando a união de esforços”, disse, destacando a importância dos conteúdos trabalhados e a metodologia utilizada pelos professores, estimulando a participação dos associados no debate. “Precisamos formar novas lideranças, despertar os jovens para o efetivo envolvimento com a cooperativa, o que nos fortalece”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Cooperativa Languiru