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Escoop promove 6ª edição do Dia da Consciência Negra

A Escoop promoveu, no dia 22 de novembro, a 6ª edição do Dia da Consciência Negra da instituição, com diversas palestras e discussões em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Com o tema “Empreendedorismo: além do preconceito”, o evento, coordenado pela professora Rejane Kieling, teve como objetivo promover uma reflexão sobre a contribuição, participação e inserção dos negros e negras na sociedade brasileira.

Na abertura, os participantes assistiram a um vídeo alusivo à data, criado pelo acadêmico da turma de graduação de 2017, Vinícius Burgos. Após, a palestrante formada em Produção Multimídia e Técnica em Informática, Amanda Vieira, iniciou sua fala mostrando um vídeo sobre desigualdade social, com informações como a de que a cada 12 minutos, um negro é assassinado no Brasil, de que forma a cor da pele das pessoas influencia na sua educação, saúde e renda. Segundo o IBGE, negro é aquele que se identifica como preto ou pardo e o vídeo mostra como a sociedade brasileira está longe de ser igualitária, em um país onde o preconceito racial atinge mais da metade da população.

Assista o vídeo AQUI.

Para conhecer o Estatuto da Igualdade Racial, CLIQUE AQUI.

Tecnologia da Informação

Amanda é organizadora e treinadora de eventos que incentivam negros e mulheres na área da Tecnologia da Informação, tais como AfroPython, Rails Girls e Django Girls. Ela contou sobre a sua trajetória e o objetivo, importância e resultados de cada um desses projetos dos quais participa para trazer as mulheres para a área de programação, que é predominantemente masculina. “Precisamos diminuir a diferença de salários e tratamento das mulheres negras e aumentar nossa participação na área da tecnologia. Ao promover eventos como Django Girls, Rails Girls e Afrophyton, esperamos também que as pessoas que tenham uma empresa de tecnologia entendam que têm muitos negros capacitados para ocupar cargos e nossos eventos são ótimos lugares para nos encontrar”, incentivou.

AfroPython – Oficina de programação que tem o objetivo de incentivar a população negra nas áreas de tecnologia. O AfroPython deseja ser uma iniciativa marcante: para quem faz e para quem participa. Seu objetivo é oferecer oportunidade de inclusão e ascensão profissional, gerando empoderamento de pessoas negras na área de tecnologia da informação.

Saiba mais em: https://afropython.org/

Rails Girls – Evento sem fins lucrativos que acontece no mundo inteiro, destinado à mulheres de todas as idades, que tem como objetivo oferecer uma grande primeira experiência em desenvolvimento de software.

Saiba mais em: http://railsgirls.com/portoalegre.html

Django Girls – Organização sem fins lucrativos que capacita e ajuda as mulheres a organizar oficinas gratuitas de programação fornecendo ferramentas, recursos e apoio. Organização de voluntários com centenas de pessoas que contribuem para trazer mais mulheres para o mundo da tecnologia, tornando a tecnologia mais acessível, criando recursos desenhados com empatia.

Saiba mais em: https://djangogirls.org/

Quer saber mais sobre os projetos?
Entre em contato com a Amanda Vieira através do e-mail: amandasv.pm@gmail.com .

O aluno da Escoop, Éder Luis Farias, apresentou a história do povo iorubá, uma das maiores etnias do continente africano em termos populacionais, e repassou a todos uma mensagem de respeito a todas as crenças e religiões.

Afroempreendedorismo e preconceito

A socióloga, estilista e produtora de moda negra, Sadine Correia, contou sua trajetória desde Cabo Verde, onde nasceu, até chegar no Brasil, onde mora há cinco anos, suas motivações e como surgiu sua grife de roupas africanas – Afroberdiana. “O nome da marca vem das palavras afro, de africana e berdiana, de cabo-verdiana e hoje todo mundo me chama pelo nome da marca. Eu estudava sociologia, mas sentia muita saudade da África e precisava me conectar à minha terra e à minha cultura e raízes de alguma forma. E foi então que comecei a costurar, pois minha mãe fazia isso quando eu era pequena”.

Sadine contou também o que é afroempreendedorismo na sua visão e sua importância. “Assisti a vídeos na internet e estudei sobre empreendedorismo. A negra foi vendendo e virou afroempreendedora. O afroempreendedorismo é uma coisa séria. Não é um grupo de negros desorganizados vendendo panos de cabeça, mas um povo, uma cultura. Além de representar uma grife, a Afroberdiana representa uma cultura, uma raiz”. Ela também destacou a importância do cooperativismo para a superação das dificuldades que teve e tem no decorrer do processo. “O cooperativismo tem tudo a ver com a minha história, pois para enfrentar as dificuldades de produção, precisei me conectar a uma rede de pessoas que cooperaram comigo e me fortaleceram para que eu chegasse até aqui”, contextualiza.

A socióloga, além de contar sobre suas estratégias de empreendedorismo, também falou sobre o preconceito que enfrentou e sentiu ao chegar no Brasil. “Quando cheguei aqui, eu achava que só eu era africana e negra de verdade e que os irmãos que encontrava aqui não eram, pois não tinham vivido a mesma cultura que eu. Mas fui muito bem acolhida e hoje percebo que somos todos iguais e que nem todos os brancos são preconceituosos. Na nossa trajetória, encontramos muitas pessoas, mas nem sempre conseguimos tocar todas elas. Vamos nos juntar com as pessoas que querem construir um mundo melhor juntos. Vamos acreditar que essa luta ainda não está perdida”, incentivou.

O evento encerrou com um desfile da marca, em que os professores e alunos da Escoop foram os modelos e com uma roda de conversas.

Para conhecer a Afroberdiana, CLIQUE AQUI.