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Café com Política do Instituto Unimed/RS tratou da crise política e econômica do país

Em sua primeira edição de 2016, ano em que completa uma década e meia de história, o Café com Política do Instituto Unimed/RS abordou, nessa sexta-feira, 15 de abril, a “A crise econômica e política: perspectivas para 2016″. Para tratar do indigesto assunto, o convidado foi o economista Marcelo Portugal, que falou a um auditório lotado na sede da Federação Unimed/RS. A mesa de debates foi composta pelo presidente da cooperativa, Nilson Luiz May, pelo diretor administrativo do Instituto e idealizador do evento, Alcides Mandelli Stumpf, pelo presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, e pelo presidente da Unicred Central RS, Paulo Barcellos.

“Por 16 anos a gente andou para frente, o país só melhorou, e, de 2011 para cá, a gente começou a andar no sentido contrário”, assim Marcelo Portugal começou sua fala, ao descrever um desanimador cenário de crise econômica, que é agravado pela crise política. Para o economista, essa é a primeira vez que o país atravessa tal situação desde a década de 30, na era Vargas.  Para ele, o que acontece hoje no Brasil não tem apenas uma causa, mas é resultado de uma soma de fatores, entre os quais com um PIB que não cresce desde 2014 e uma inflação que não consegue ficar em 4,5% ao ano, ultrapassando em muito essa meta. “É como uma pessoa que se alimenta mal uma vida inteira, não se exercita e um dia tem um infarto”, ilustrou. 

Segundo Portugal, independentemente do desfecho do processo de impeachment, o prognóstico, no curto prazo, não é animador, pois até que a situação política se estabilize, as decisões de consumo e investimento do mercado ficam paralisadas.  “Seja qual for o resultado disso, o ano vai ser ruim”, sentencia. Por outro lado, aponta ele, a tendência é que haja uma mudança para melhor, uma vez que uma ruptura é inevitável, seja com um novo presidente, seja com a retomada da liderança do atual governo pelo ex-presidente Lula. A recuperação, no entanto, somente começará a ser sentida a partir de 2017 e durante 2018. 

Durante a rodada de perguntas, Alcides Stumpf trouxe às discussões a Operação Lava-Jato que, segundo ele, não pode ser esquecida, uma vez que, certamente, trará implicações para além do atual governo. Já Vergilio Perius chamou a atenção para o fato de que o cooperativismo anda na contramão da crise e da maré de desconfianças que assola a economia. “Nas cooperativas temos confiança, ética e democracia”, comparou. Paulo Barcellos, por sua vez, reforçou o argumento de que o cooperativismo desponta como uma alternativa para o avanço do País. “As cooperativas de créditos têm tido um crescimento exponencial, e, nesse momento, podem ter um papel fundamental, mas é muito importante nos mantermos unidos”, declara.

Para o presidente May, a crise também é de princípios, uma vez que o Brasil se acostumou a perdoar, a aceitar que alguém que é acusado, que é réu, continue com seu cargo, que se mantenha no poder. “Estamos numa situação tão complicada, que, ao mesmo tempo que precisamos de uma quebra do círculo vicioso que se estabeleceu, aqueles que estão na Comissão do impeachment também precisariam ser afastados. A questão ética, moral, desapareceu, e nós achamos que isso é normal”, assevera May.

O Café com Política é uma realização do Instituto Unimed/RS e, tradicionalmente, traz palestrantes de renome nacional e internacional, promovendo a inserção ativa das lideranças do cooperativismo médico no debate democrático de temas como política, economia e filosofia. Em 2016, a iniciativa passa a contar com a parceria institucional da Unicred Central RS.

Com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto Unimed/RS