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CCGL investe R$ 35 milhões em energia solar na planta de Cruz Alta

Nas próximas semanas, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) inicia uma transformação na matriz energética da sua produção de laticínios, em Cruz Alta. Em uma área de 6 hectares, painéis solares serão instalados para a criação daquela que será a maior usina de energia fotovoltaica privada no Estado, a partir de R$ 35 milhões em investimentos financiados pelo BRDE. O anúncio foi feito durante a Expointer e o gerente de Relações Institucionais e Sindicais do Sistema Ocergs, Tarcisio Minetto, esteve representando a entidade.

De acordo com o presidente da cooperativa, Caio Vianna, a usina terá capacidade de 4 MW, para garantir todo o abastecimento da planta industrial da CCGL, que atualmente tem capacidade para processar 3,4 milhões de litros de leite por dia. Serão 7.500 placas de captação solar instaladas na usina.“Os custos com energia hoje pesam para qualquer indústria, mas é mais do que isso. Nós temos a preocupação não apenas com o nosso produto final, mas com a forma como ele é produzido. Por isso, estamos engajados no investimento em energia limpa e de acordo com o que os novos tempos exigem”, explica o presidente.

A perspectiva é de que a usina já comece a operar no final deste ano, e vai garantir, conforme as estimativas da cooperativa, uma economia de R$ 2,5 milhões por ano com energia. No ano passado, a CCGL dedicou recursos para expansão da produção de leite condensado e em pó, chegando à capacidade de processamento de 800 mil litros por dia, em Cruz Alta.

O investimento na nova usina é o principal da cooperativa neste ano, mas parte dos R$ 35 milhões também será aplicada em melhorias, com equipamentos para armazenagem e refrigeração, no posto de coleta de leite da CCGL em Bagé. “É um investimento para melhorarmos a logística do transporte do material desde o Sul do Estado até Cruz Alta”, explica Caio Vianna.De acordo com o diretor de Planejamento e de Operações do BRDE, Otomar Vivian, a nova operação com a CCGL reflete a missão do banco de promover o desenvolvimento alinhado com os Objetivos do  Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Somos uma instituição signatária das metas da Agenda 2030 e atuamos com esse olhar de futuro.

A cada quatro operações do BRDE, três têm vinculação de no mínimo a um dos ODS e a parceria com a cooperativa unifica o apoio ao agro e em favor da sustentabilidade”, disse Otomar, de acordo com informações divulgadas pela assessoria de imprensa do banco.O BRDE dispõe de linhas de crédito para projetos de geração de energia com fontes renováveis tanto para empresas, como para o setor público. “Além de indústrias, cooperativas e empresas varejistas, vem crescendo o interesse de prefeituras em investir na modernização da iluminação pública com lâmpadas de LED, além de placas solares para os prédios próprios. A própria economia com o custo de energia por vezes cobre o próprio financiamento”, exemplifica o diretor do banco.

Ampliação dos terminais de grãos da cooperativa no horizonte

Nas últimas duas décadas, o BRDE destinou R$ 223 milhões para investimentos da CCGL, que foram fundamentais, por exemplo, para que os terminais Termasa e Tergrasa, operados pela cooperativa no Porto de Rio Grande, hoje concentrem mais da metade das movimentações de grãos do Rio Grande do Sul.

E no horizonte da cooperativa está justamente a ampliação da importância dos dois terminais. Está em fase de negociações por áreas uma ampliação do que vai possibilitar triplicar a capacidade do Termasa, com uma perspectiva de até R$ 800 milhões em investimentos. “O projeto e o orçamento estão prontos, mas ainda não temos um prazo definido para tirar esta ideia do papel. É para breve”, diz o presidente.

O terminal hoje tem capacidade para 1,5 toneladas de grãos por hora. Com a ampliação prevista, aumentará para 6 mil, e poderá destravar projetos de melhoria logística da cooperativa. É que, em conjunto com a possível ampliação do terminal em Rio Grande, a CCGL projeta também melhorias no terminal ferroviário de Cruz Alta, ampliando a capacidade de transporte ferroviário. “Hoje a malha é limitada, mas não vale a pena investirmos em aumento dessa capacidade enquanto ainda tivermos limitação de armazenagem lá na ponta, nos terminais em Rio Grande. Destravando aquele gargalo, faremos as melhorias”, resume o presidente.

Fonte: Jornal do Comércio