Ir para o conteúdo principal

Terra e Paixão: erros e acertos da novela sobre as cooperativas

O cooperativismo está em destaque na nova novela das 21h da TV Globo, Terra e Paixão, que estreou no início de maio. A cooperativa agrícola da cidade fictícia de Nova Primavera, onde se passam as principais histórias da trama, é um dos cenários e local de trabalho de personagens importantes da novela. 

No segundo capítulo de Terra e Paixão, a protagonista Aline, interpretada pela atriz Bárbara Reis, busca a cooperativa por entender que ela é o lugar certo para encontrar assistência técnica e insumos para recomeçar a vida como pequena produtora agrícola, após a morte de seu marido, Samuel (Ítalo Martins). “Eu quero progredir”, diz a personagem. Até aí, tudo bem! O problema é o que acontece logo em seguida.

O maior fazendeiro da região, Antônio La Selva (Tony Ramos) — até o momento, o principal vilão da história — proíbe a cooperativa de aceitá-la. Na cena, quando Aline pede para se tornar cooperada, a gerente da organização, Lucinda (Débora Falabella), recusa a associação e diz estar “cumprindo ordens”. No mesmo episódio a gerente tem crise de consciência, pois sabe que uma cooperativa existe para apoiar os produtores. Mas, ela tem medo de perder o emprego porque Antônio La Selva, que é um produtor influente e temido na cidade, não gosta da protagonista da novela.

Mas, atenção! A novela Terra e Paixão usou a licença poética de uma obra de ficção e relacionou a entrada na cooperativa a outros acontecimentos da narrativa. Na vida real é bem diferente! As cooperativas têm adesão livre e voluntária, ou seja, qualquer pessoa pode se tornar um cooperado e será muito bem vindo ao cooperativismo.

adesão livre e voluntária é tão importante para o cooperativismo que é o primeiro dos sete princípios que orientam o nosso modelo de negócio: “Cooperativas são organizações voluntárias abertas para todas as pessoas aptas para usar seus serviços e dispostas a aceitar suas responsabilidades de sócio sem discriminação de gênero, social, racial, política ou religiosa”. 

Assista à cena em que Aline pede para entrar na cooperativa

CONHEÇA A VERDADE SOBRE AS COOPERATIVAS

As cooperativas, ou coops, como também costumamos chamá-las, são o lugar onde o cooperativismo acontece. Nosso modelo de negócio é justo, democrático, de livre adesão, pensa mais no bem-estar coletivo que no lucro e é nas cooperativas que colocamos tudo isso em prática. 

Na prática, toda cooperativa é um negócio! Elas têm CNPJ, estatuto, um código de atividade social e capital social, mas, ao contrário das empresas convencionais, as cooperativas são guiadas por princípios, e não pelo lucro. É muito importante destacar que isso não significa que elas sejam instituições filantrópicas e sem compromisso com resultados. Pelo contrário: as cooperativas têm o dever de trazer resultados e de melhorar a vida de seus cooperados, sempre de forma justa, ética e sustentável. 

Para fazer parte de uma cooperativa, basta se associar a uma das 4.880 cooperativas espalhadas por todo o Brasil, em vários setores da economia. As coops estão no agronegócio – como no caso da novela Terra e Paixão –, na produção e comercialização de alimentos, no atendimento de saúde, nos serviços financeiros, no fornecimento de água e energia, nas escolas e em muitos outros lugares. 

Uma das muitas vantagens de fazer parte de uma cooperativa é se tornar dono do negócio, com direito à participação nos resultados e também na tomada de decisões. 

Quer alguns exemplos? No setor financeiro, existem 763 cooperativas financeiras que oferecem produtos e serviços mais competitivos que os bancos tradicionais, com as transações protegidas por um Fundo Garantidor. Essas cooperativas distribuíram R$ 10,1 bilhões em “sobras” a seus cooperados — que seria o equivalente à participação nos resultados do ano de uma empresa comercial. Os dados são do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2022. 

Na área de Saúde, são 767 cooperativas médicas, odontológicas, psicológicas, de fisioterapia e muito mais. E elas estão presentes em 85% do território nacional, cuidando da saúde física e mental de 20 milhões de brasileiros.

Além dessas, há muitas outras possibilidades de se tornar um cooperado. Diferente do que ocorreu na novela Terra e Paixão, na vida real as cooperativas estão sempre de portas abertas. 

Conheça mais sobre o cooperativismo e venha fazer parte do nosso jeito de empreender, gerar renda e trabalho por um mundo mais justo.

Fonte: SomosCoop